Conhecer a si mesmo é o único caminho para por fim ao conflito, ao desespero e ao medo. Sem este conhecimento, nunca haverá uma compreensão sobre a vida e a morte. Quando me compreendo, compreendo a todos os entes humanos, as relações humanas na sua totalidade.
Por Gilmar Baldasso dos Santos
Tudo que aprendemos se torna conhecimento e então é confiado à memória. Por exemplo: Quando aprendemos a dirigir, não precisamos mais pensar em como devemos dirigir. Este conhecimento já está no banco de memória e então podemos dirigir enquanto ouvimos música ou pensamos em outras coisas. Nossa memória é o programa pelo qual funcionamos sempre que se apresentam desafios ou todos os momentos e situações que estamos fazendo alguma coisa.
Nossa educação é instruída pela versão contida na cultura do lugar onde nascemos e crescemos. Nossa crença como: valores éticos, morais, sucesso na vida, ter fama e dinheiro, entre outras, são ensinadas por nossos pais, avós, professores, líderes políticos e religiosos, mídia social escrita ou falada e entre outros. Assim, somos condicionados a pensar e agir em nossa vida pelo que ouvimos e percebemos na sociedade em que vivemos.
Estes padrões pré-concebidos configuram em nossa memória como uma ”autoridade” que controla e julga, privando nossa liberdade de pensar por nós mesmos. Dessa forma acabamos nos tornando prisioneiros destes conhecimentos que incorporamos e isso impede de sermos livres e incapazes de aprender novas formas de pensar porque estamos condicionados a pensar, sentir e viver pelas crenças de outros.
Nossa consciência fica configurada neste programa e quando ele roda, vamos repetindo sempre os mesmos padrões pré-concebidos, armazenados na memória, isto é, os mesmos pensamentos, os mesmos sentimentos e reações sobre situações ou coisas em nossa vida. É por isso que vivemos em um círculo vicioso de termos sempre os mesmos resultados em nossa vida. Ficamos apegados a “ autoridade “ , pois o desconhecido nos trás incerteza e insegurança, gerando medo do que pode suceder no amanhã.
Nossa estrutura social, econômica, política, moral e religiosa se alicerçam na competição. A competição nos leva a luta pela sobrevivência, onde só os mais fortes sobrevivem. Eles são os vencedores. Dessa forma, vivemos em um eterno conflito com nós mesmos. Nunca seremos bons o suficiente porque há o medo do fracasso. A mente condicionada necessita de toda a sorte de conhecimentos, de obedecer a toda espécie de instrução de tal maneira que nunca está livre dessa existência padronizada e, na qual, nenhuma espontaneidade existe.
Podemos viver sem o controle de qualquer tipo de “autoridade ” ? Autoridade no sentido de dominação, arrogância, dogmatismo, desejo de sucesso, de lucro, de poder, de fama , de se tornar alguém na vida, da necessidade de sermos reconhecidos e não invalidados. Como podemos sair desta inércia e do controle desta ” autoridade “?
Temos que nos libertar desta “autoridade” e buscar viver num estado constante de aprender. Não dos livros, ou dos formadores de opinião, mas de nossas próprias ânsias, dos movimentos de nossos próprios pensamentos, na busca de nosso próprio “ser”. Neste estado, a mente estará sempre aberta ao novo , descondicionada e liberta de qualquer “autoridade”. Assim, neste estado novo, a verdade se revela, a imensidão da realidade vai sendo descoberta por nós mesmos ( sua própria consciência ) e assim dando sentido a este caos chamado de vida.
Você é uma entidade extraordinária, complexa, intensamente viva, em constante mutação ao passar por experiências de todo gênero. Uma vez compreendida e percebida a sua verdade, já está liberto de pesados fardos. Deixou de contar com os outros para dizerem o que deve fazer então, começa a liberdade, o verdadeiro livre arbítrio de escolher de forma consciente o que é melhor para você.
Assim, conhecer a si mesmo é o único caminho para por fim ao conflito, ao desespero e ao medo. Sem este conhecimento, nunca haverá uma compreensão sobre a vida e a morte. Quando me compreendo, compreendo a todos os entes humanos, as relações humanas na sua totalidade.
Então, “despertamos da hipnose social que nos foi imposta e que nos fez confundir o tecido de nossas obrigações, com a vida em si mesmo “ – Allan Wats, Filósifo Britânico.
Através do autoconhecimento, aprendemos e reconhecemos que somos a ” imagem e semelhança de Deus”, seres criadores de vida e com “livre arbítrio para escolher ”, de forma consciente e livre, nosso próprio destino.
Neste estado de consciência divina, se encontra a liberdade total do ser e nos tornamos os protagonistas de nossa vida de forma consciente.
Despertar da consciência cósmica ilumina.
REFERÊNCIA: https://krishnamurtibox.files.wordpress.com/2015/09/a-mente-sem-medo-jiddu-krishnamurti.pdf
19 Ago 2022
Autoconhecimento Transformando vidas
Despertar é preciso.